Solidarity economy and family dynamics of recyclable pickers: A view from the science, technology and society field

As researches in the social psychology of work field indicate, workers are exposed to the subjective influences of their work environment, with the possibility of interinstitutional and systemic influences due to intersubjectivity. Economic-solidarity enterprises, having an organization and nature different from the capitalist companies and being considered as Social Technologies, from the perspective of the Science, Technology and Society research field, contribute to these influences, which include techniques, methods and products. As the family is one of the main belonging institutions to the persons, this study aimed to investigate the influences of economic-solidarity work relationships on the family dynamics of these cooperatives workers. The research field was the Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de São Carlos (São Carlos Work Cooperative of Waste Pickers), São Paulo, Brazil, and the method used was thematic oral history. Fieldwork was carried out using participant observation techniques and semi-structured interviews with waste pickers and family members, which were transcribed for content analysis and transcriated for feedback to the research participants and validation of the information. Three main characteristics were observed permeating the interviews: that the economic-solidarity principles, even if not theoretically understood, when experienced in the work space, are potential to change people's behavior; that the organization of cooperative work positively influenced family dynamics; and that the cooperative organization was considered as a possibility for the economic inclusion of socially excluded people. The most prominent influences of economic-solidarity work relationships on family dynamics were the increased tolerance and cooperation in carrying out daily tasks and responsibilities.

Conforme pesquisas no campo da psicologia social do trabalho indicam, os trabalhadores estão sujeitos às influências subjetivas do seu ambiente de trabalho, existindo ainda a possibilidade de influências interinstitucionais e sistêmicas pela intersubjetividade. Os empreendimentos econômico-solidários, possuindo organização e natureza diversas às de empresas capitalistas e sendo considerados como Tecnologias Sociais, sob a perspectiva do campo de pesquisa Ciência, Tecnologia e Sociedade, contribuem com essas influências, que abarcam técnicas, métodos e produtos. Sendo a família uma das principais instituições de pertencimento dos sujeitos, este trabalho se propôs a investigar as influências das relações de trabalho econômico-solidárias nas dinâmicas familiares dos trabalhadores desses empreendimentos. O campo de pesquisa foi a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de São Carlos, São Paulo, Brasil, e o método utilizado foi a história oral temática. Realizou-se trabalho de campo por meio das técnicas de observação participante e entrevistas semiestruturadas com catadores e familiares, que foram transcritas para análise de conteúdo e transcriadas para devolutiva aos sujeitos e validação das informações. Observaram-se três características principais permeando as entrevistas: que os princípios econômico-solidários, mesmo não sendo compreendidos teoricamente, quando vivenciados no espaço de trabalho, são potentes para mudar o comportamento das pessoas; que a organização do trabalho cooperativista influenciou positivamente a dinâmica familiar; e que a organização cooperativa era considerada como possibilidade de inclusão econômica de pessoas excluídas socialmente. As influências mais destacadas das relações de trabalho econômico-solidárias nas dinâmicas familiares foram o aumento da tolerância e da cooperação na realização de tarefas e responsabilidades cotidianas.